Há alguns anos meu Pai, hoje já falecido, foi transferido para João Pessoa.
Depois de morarmos 45 dias em um hotel, finalmente conseguimos uma bela casa na
Praia de Manaíra.
Todos felizes, porém o ar condicionado do meu quarto, desde que lá chegou, nunca
conseguiu ser ligado.
Chamamos vários técnicos e nada. Achamos que era problema na corrente elétrica e
desistimos; passei a dormir em um sofá cama no quarto dos meus pais.
Até aí tudo bem, se não fosse um belo dia quando tudo começou:
Estava estudando em meu quarto e de repente senti uma presença estranha se
aproximando de mim, um pequeno calafrio percorreu todo o meu corpo, me virei
para ver quem era e não havia ninguém. Esse fato ocorreu diversas vezes,
inclusive quando ia dar comida a um pequeno cágado que eu tinha (ele ficava no
corredor ao lado da casa). Comentei o ocorrido com meus pais. Resolvi estudar na
sala de estar.
Depois disso os acontecimentos não pararam mais. A porta do meu quarto trancava
sozinha e não tinha cristão no mundo que conseguisse abri-la. De repente, não
mais que de repente escutávamos o ruído do trinco e pasmem, a porta estava
aberta.
Quando alguns parentes meus foram nos visitar, acomodamos eles em um quarto de
hóspede junto ao meu quarto, não nos surpreendemos quando depois da primeira
noite deles em nossa casa o casal estava com olheiras enormes pois não dormiram
durante a noite, porque uma Senhora ficou no pé da cama olhando fixamente para
eles.
Pensam que parou por aí. Não !!
Outros parentes vieram nos visitar e já sabendo do ocorrido ninguém quis dormir
no quarto de hóspede (dormiram todos no quarto dos meus pais) e no meu quanto só
dormiu o marido da minha tia, por ser ele cético, mas o pobre também não
conseguiu dormir pois algo ou alguém o incomodou a noite toda.
O engraçado era que a noite todos iam para o quarto dos meus pais e nos
trancávamos. Se alguém quisesse beber água ia todo mundo junto, de certa forma
era uma farra.
Assim eram os dias em nosso lar. Até que um belo dia estávamos na sala de jantar
conversando antes de dormir e meu Pai (vidente) de repente ficou branco, azul,
de toda cor pediu licença e foi em direção ao meu quarto e ao quarto de hóspede
chegando lá se deparou com uma Senhora idosa, muito bonita de olhos azuis e
cabelos brancos, uma italiana, ela estava com muita raiva porque pessoas
estranhas estavam na sua casa.
Meu Pai voltou para a sala mais branco que um papel e nos relatou o acontecido.
E agora? O que fazer? Teríamos que nos mudar.
Muitas vezes estava no terraço e via o portão abrir e fechar sozinho. Mas o pior
de tudo foi o que aconteceu com a nossa colaboradora, que poderia até ter
morrido.
Em um final de semana que viemos para Recife, saímos e deixamos N. terminando a
faxina da casa e esperando o marceneiro que ia fazer uns trabalhos na casa.
Quando aqui chegamos, num sábado, aproximadamente as 10:00am minha Mães ligou
para casa para verificar se estava tudo bem. Ninguém atendeu ao telefone. Minha
Mãe continuou a ligar e nada. Quando deu 12:00pm mais uma tentativo e N. atendeu
o telefone com uma voz estranha e disse que depois explicava o que havia
acontecido.
Quando chegamos segunda feira e N. chegou em casa estava com um galo enorme e um
olho roxo. Espantados ouvimos o seu relato. Ela disse que enquanto esperava o
marceneiro, que não apareceu, ficou fazendo a faxina e aproximadamente as 9:30am
ouviu um barulho na sala e foi ver o que era, ela disse que viu uma coisa, algo
tão horrível (que não teve coragem de detalhar) que desmaiou, só acordando
quando minha Mãe ligou. Nunca mais ela ficou sozinha em casa.
Depois de tudo isso, meu Pai foi saber alguma coisa sobre a casa com a pessoa
que nos alugou ela, e ficamos sabendo que a primeira dona da casa foi uma
Italiana que quando morreu os filhos venderam a casa e a pessoa que comprou
transformou o quarto que era dela em dois. O meu quarto e o de hóspede eram o
quarto. Soubemos também que todas as pessoas que lá moraram viram, ouviram e
presenciaram fatos muito estranhos todos saindo assuntados.
Felizmente, nesse meio tempo, meu Pai foi novamente transferido para Recife e
voltamos para a nossa cidade e para o nosso apartamento que aqui ficou fechado.
S.C. – Recife - PE